quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O nascimento da Luiza



Dois dias antes da Luiza nascer.

Quando fiquei grávida da Luiza eu tinha 17 anos, morava com minha mãe e tinha começado meu primeiro emprego! Nunca tinha passado por nenhuma cirurgia (exceto uma no pulso devido a um corte quando eu tinha 5 anos). Eu morria de medo de agulhas (como até hoje). Morria de medo de sentir dor. Quando pensava em parto eu lembrava do que minha mãe contava e logo pénsava em cesárea! Logo nas primeiras consultas com a GO eu falei em cesárea. ela disse que teriamos muito tempo pela frente e que depois eu decidiria. Faltando um mês para o parto eu falei que queria cesárea, mas queria esperar ela querer nascer. Porém não queria de forma alguma tentar um parto normal. A GO até falou que tem analgesia, que hoje em dia a mulher não precisa sentir dor para ter bebê, qe eu poderia tentar pelo menos... Mas eu não queria saber. Acabamos marcando o parto (por conveniência dela!). A DPP era 29/07/97. Ela marcou para 26/07/97 às 08:00 no Hospital e Maternidade São Luis. Naquele tempo era o melhor hospital para ter bebê! O Pelé tinha tido os gêmeos lá fazia pouco tempo!!!! Marcamos esse parto no dia 25/06/97. A internação deveria ser feita às 06:00. Para mim era tudo muito natural! Malas arrumadas, eu não dormi a noite toda. Jejum de 6 horas. Comi uma fatia de pão com um gole de água e um dramin. Eu estava tão ansiosa que estava ficando enjoada! Mais ou menos por volta das 2 horas da manhã eu estava depilando a perna!!! Adormeci no sofá já pela manhã! Chegamos no hospital às 6:30. O atendimento foi lento. Eu tremia de nervoso e emoção. Logo estaria com minha filha nos braços! A enfermeira que fez a tricotomia (raspagem dos pelos) exagerou e me fez vários cortinhos. ela estava de péssimo humor. Tinha acabado de começar o seu plantão. Eu me vesti com uma camisola descartável verde. Coloquei uma touca e propés. Me enrolei em um lençol e sentei em uma careira de rodas. Tive que tirar as lentes de contato e na porta do centro cirurgico entreguei os óculos para minha mãe. Entrei naquele ambiente estranho, frio e pela minha memória, escuro. Fiquei em um lugar que parecia um box. Tinham várias macas ali e me colocaram em uma delas. Fiquei deitada de barriga para cima. Veio uma enfermeira e perguntou: "Mãe, você não gosta do seu bebê? Você deve ficar deitada do lado esquerdo pro seu bebê respirar!"(???) Deitei e fiquei de costas para o corredor. Uma boa alma veio e virou a maca. Eu não enxergava nada! Acho que minha cara estava estranha tentando enxergar e uma nfermeira veio perguntar o que eu tinha e eu disse que não estava enxergando! Ela fez uma cara de desespero e eu falei que estava sem óculos! Ela foi buscar e logo comecei a me sentir um pouco melhor. Em dado momento a anestesista da minha GO veio falar comigo! Muito simpática! Um tempo depois me levaram para a sala de cirurgia! Eu observava tudo com medo, ansiedade e um pouco perdida! Na sala tinha um berço aquecido um pouco atrás da minha cabeça! A enfermeira da sala (circulante) começou a me questionar o porquê o pai não assistiria o parto!!! Foi muito grossa! Depois tentou pegar minha veia e colher sangue. Doeu muito e ela não conseguiu. Consegiram colocar o soro em mim. Eu sentei e fizeram a anestesia. Hoje eu sei que ela "subiu", pois eu fiquei com dificuldade em respirar e até o meu peito estava anestesiado! No dia eu achei que era normal. Todos conversavam animados e eu participava da conversa também! Estava com os braços presos e sendo monitorada, mas não via a hora do bebê nascer. Ouço o auxiliar da GO falar "Nossa! É um alemãozão!" E a GO: "Eu acho que é uma galega!" Aí escuto o chorinho! "Não falei que era uma galegazinha?" Ela é levada para aquele bercinho atrás de mim. Eu tento olhar e é difícil. Me trazem ela e a mulher fica falando:"Ólha, é uma menina (me mostra), aqui está uma pulseirinha e aqui está a outra. Agora dá um beijinho nela!" Enquanto a mulher segurava a Luiza perto de mim como se ela fosse uma boneca, ficava conversando. Um gesto bem automático. De repente ela falou que a bebê estava com frio e levou ela embora. Eu fiquei lá. A anestesista falou que logo eu dormiria. Eu não dormi. Tudo terminou e me levaram para uma sala . Eram três macas, uma grudada na outra. Depois chegou mais uma e foi colocada nos pés das outras. Foi lá que começaram as dores do pós-parto. Uma dor terrível que eu não conseguia respirar. Tomei uma injeção. Não melhorou. A anestesia começou a passar e tudo começou a doer. Comecei sentir sangue sair de mim, meu dedo do pé começou a mexer. A Luiza nasceu as 8:56. Às 13 horas fui para o quarto. Como doeu passar para a cama!!! Eu sentia muita dor! A Luiza chegou às 14 no quarto. Minha filha! Linda! Não chorava, só dormia! Uma princesa!




A primeira vez que segurei a Luiza.

O Pós parto foi extremamente dolorido. Eu sentia muita dor e minha mãe não entendia, afinal ela não tinha tido dor! A Luiza chorava muito e só para quando eu ficava de pé chacoalhando ela, o que para mim era muito dolorido! Minha mãe brigava o tempo todo pois achava que eu stava com frescura e devia ficar em pé chacoalhando!!! Foi terrível. Fuji da dor do parto, que segundo a minha GO eu não teria, para ter dor no pós-parto. Senti dores por dois meses. Jurei nunca mais ter filhos, muito menos por cesárea, mas ainda tinha medo do parto normal!
Naquele tempo eu achei ter feito a escolha correta, mesmo com as dores que senti depois. Euachava que normal era ter cesárea. Achei tudo muito natural! Mas cinco anos depois minha cabeça começaria a pensar um pouco diferente! Mas isso é história para o próximo post!

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