sábado, 10 de abril de 2010

bateu uma tristeza...

Agora e meia noite e vinte e cinco e bateu uma tristeza...
Me diz como eu não consegui passar todo esse enorme desejo, esse desejo imenso, essa vontade louca, essa loucura de sentimentos, me diz como eu não consegui passar isso pra ninguém? Como é que ninguém colocou um pouquinho só que seja de fé em mim e na minha louca vontade de parir meu filho naturalmente me casa mesmo depois de três cesáreas? Me diz pq pessoas que trabalham com isso, vivem disso, fazem parte disso, não quiseram arriscar comigo? Pq comigo? Pq justo comigo? Pq comigo e com meu bebezinho? Pq me fizeram perguntas assustadoras? Pq me fizeram pensar mais nos riscos? Pq outras puderam e eu não sem nem mesmo me conhecerem? Pq me deixaram sozinha? Será que sentiram alívio quando falei que faria tudo sozinha? Será que sentiram medo quando falei que tinha pouco dinheiro, mas que eu ia pagar? Será que acharam que eu não pagaria? Será que acharam que me deixando sozinha eu iria marcar uma cesárea? Será que me acharam fraca? Do que tiveram medo, se tiveram? Pq tantas desculpas? Pq aquelas perguntas mórbidas?

Não entendo.

Hoje/amanhã completo 38 semanas e 5 dias. Estava muito tranquila e ainda estou pq sei que nada vai dar errado. Nada grave vai acontecer. Sei que poderia ficar em casa com parteira que tudo sairia perfeitamente bem e "redondinho". Sei que se eu der muita sorte no hospital eu vou ter um PN, mas não será um parto domiciliar. Não será um parto natural. Não conseguirei impedir de tirarem meu filho de perto de mim mesmo que seja por alguns minutos. Não conseguirei impedir de virarem e remexerem ele todinho logo após o nascimento. Eu que queria ele bem pertinho de mim logo após nascer...

Agora estou aqui derrubando grossas lágrimas, com o nariz entupido. Chorando escondido, igual criança. Torcendo para entrar logo em TP para acabar com toda essa surpresa que será meu parto. Surpresa no sentido de que eu não sei onde será meu parto, como será em relação ao atendimento (quem já usou ou usa serviço público sabe que é um tiro no escuro. Tem dia que pega gente bem humorada, tem dia que só pega gente de mal humor...), se darei sorte ou não (eu estou encarando mesmo como sorte!), se terei um parto normal ou se terei uma cesárea de hospital público (eu sei a diferença direitinho entre uma cesárea de hospital público e uma cesárea de hospital particular). Isso está me consumindo, me deixando mais cansada, mais nervosa, mais angustiada! Sinto cada músculo das minhas costas tenso, sinto essas perguntas rodeando minha cabeça o tempo todo. Ainda não sei o que vou dizer no hospital. Se vou dizer que tenho dois PN e uma cesárea ou se vou dizer que só tenho uma cesárea. Tenho medo de chegar muito cedo no hospital e tentarem induzir. Tenho medo de chegar no hospital e não ser bem atendida por recusar ocitocina. TEnho medo de não me respeitarem e me darem ocitocina. Tenho medo de chegar no hospital... Queria ficar em casa com pessoas que confiam que eu posso parir e que meu bebê não vai morrer e por isso eu nunca teria precisado pensar nisso durante a minha gestação.

Acho melhor eu ir ler um livro.

obs.: dia 8 eu fiz 31 anos apesar da minha cara de 25 heheheh Achei que teria o bebê no dia 9, mas era só o Francisco se esticando dentro de mim heheeh

1 comentários:

Adriana Gomes Guimarães disse...

Larissa, estou muito triste por você, sinceramente.
Quem foram as pessoas que você contatou e te negaram o PD?
Por favor, me escreva em PVT.
Adrianabr@gmail.com
Talvez ainda haja uma saída, acredite.
Estou te aguardando.
Um abraço, com carinho.

Adriana Guimarães